Como Consegui Poupar o Dobro para Meu Intercâmbio em 18 Meses

Quando decidi fazer meu intercâmbio, sabia que precisaria de disciplina financeira para conseguir realizar esse sonho. O que eu não esperava era que, com foco e planejamento, acabaria poupando o dobro do valor necessário em apenas 18 meses! Se você ainda não leu como comecei minha jornada, confira [aqui o post anterior] sobre minha pesquisa e negociação para o programa de Intercambio. Agora, vou compartilhar com você as táticas e os sacrifícios que fiz para alcançar essa meta.

Assim que tomei a decisão de fazer o intercâmbio, comecei a calcular quanto seria necessário economizar. Logo percebi que apenas meu salário como motoboy não seria suficiente. Ao acompanhar as histórias de outros intercambistas, descobri que muitos levavam entre três e cinco anos para juntar todo o dinheiro necessário. Pensei comigo: "Não quero levar tanto tempo assim."

Foi aí que comecei a considerar a ideia de conseguir um segundo emprego, já que meu horário como motoboy de um banco era flexível. Eu começava entre 9 e 10 da manhã e, por volta das 13 ou 15 horas, já estava livre. Refletindo sobre minhas experiências anteriores, percebi que poderia usar minhas habilidades de trabalhos passados para garantir essa renda extra.

Antes de me tornar motoboy, ao me mudar do interior para São Paulo, eu tinha trabalhado em duas profissões: ajudante de cozinha em um restaurante e manobrista. E foi como manobrista que tive a oportunidade de dirigir muitos carros de luxo, de pessoas famosas e ricas, em restaurantes, shoppings e baladas nas noites de São Paulo.

Decidi que seria a hora de retornar à profissão de manobrista como meu segundo emprego. Mas vale destacar que a experiência como ajudante de cozinha também foi valiosa, pois meu primeiro trabalho na Irlanda foi justamente em um restaurante, onde trabalhei por cerca de três anos... mas isso é assunto para um outro post!

Resolvi ligar para minha ex-chefe, com quem trabalhei como manobrista, e que acabou se tornando uma amiga. Antes de eu falar qualquer coisa, ela já me perguntou se eu conhecia alguém para indicar para trabalhar como manobrista na empresa onde ela trabalhava. Ela me disse que, desde que eu saí, ninguém mais havia ficado na minha vaga. Isso me lembrou de uma lição importante: sempre saia de qualquer lugar com a cabeça erguida, pois você nunca sabe o que o futuro reserva.

Respondi que, infelizmente, não conhecia ninguém para indicar, mas contei sobre meu projeto de intercâmbio e mencionei que estava com tempo livre e à procura de um segundo emprego. Antes mesmo de eu terminar de falar, ela me convidou para tomar um café e conversar sobre a possibilidade de eu voltar a trabalhar lá.

Naquela semana, era Carnaval, então aproveitei para viajar ao interior e passar o feriado com a família. Na quarta-feira de cinzas, fui até a empresa para conversar. Havia apenas um problema: eu já tinha um registro na carteira de trabalho e, por isso, não poderia ser oficialmente contratado pela empresa dela.

Mas, lembram o que falei sobre sair com a cabeça erguida? Ela convenceu o chefe de que eu era uma pessoa de extrema confiança e que eles estavam realmente precisando de alguém. No final, ele aceitou correr os riscos, e ela também arriscou o próprio pescoço pela empresa. Foi um acordo de camaradas mesmo... Eu chegava no horário que desse, batia o ponto, e ela me pagava o salário normal (cheio). Era tudo o que eu precisava. A jornada era de segunda a sábado, e no banco era de segunda a sexta. Ainda sobrava o domingo para pesquisar sobre o intercâmbio, jogar futebol, e aproveitar umas cervejinhas, porque ninguém é de ferro, né? Era uma maravilha!

Além de parte do meu salário como motoboy, eu depositava o salário completo do segundo emprego na poupança. E assim fiquei por alguns meses, acumulando minhas economias. Mas, como dizem, coisas boas acontecem para quem faz por merecer.

Como motoboy, eu tinha bastante flexibilidade, já que estava sempre em movimento. Foi aí que surgiu a oportunidade para um terceiro bico. Para quem não conhece a rotina em São Paulo, existem milhares de motoboys trabalhando para diversas empresas, às vezes até para duas ou três ao mesmo tempo. O que as empresas mais reclamam é de encontrar alguém de confiança. E não estou falando apenas de honestidade, mas da confiança de que o motoboy vai dar conta do trabalho e não vai faltar ou ficar pulando de empresa em empresa a cada seis meses.

Trabalhando como motoboy do banco, comecei a ser abordado pelos funcionários das lojas onde eu passava: eles me perguntavam se eu poderia fazer serviços particulares. No início, não dei muita importância, pois já estava ganhando bem. Mas, com o aumento das demandas de serviços particulares, decidi encarar esse terceiro emprego. Fiz cartões com meu número de telefone, oferecendo serviços de frete particular como motoboy.

Para falar a verdade, nem precisei distribuir muitos cartões. Os lojistas de São Paulo têm suas redes de contatos, e na região de Pinheiros, eles começaram a me indicar para outros. Foi uma correria, mas valeu muito a pena!

Conclusão: com meus rendimentos mensais e muita disciplina, consegui poupar uma boa quantia. Para completar, recebi a rescisão da empresa de motoboy, da empresa de manobrista, e no final ainda vendi minha companheira, minha moto. Tudo isso me deu a tranquilidade de pagar o pacote de intercâmbio à vista, o que me garantiu um bom desconto. Além dos 3 mil euros exigidos pelo governo irlandês, consegui levar mais 3 mil euros comigo, totalizando 6 mil euros.


"No próximo post, vou compartilhar as 6 medidas cruciais que podem salvar seu intercâmbio! Eu quase tive que cancelar o meu embarque! Não perca essas dicas essenciais!"

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